Oi

Mendes, 16 de abril de 2015.

“Oi”, foi assim que tive o prazer de te conhecer, naquele instante percebi que minha vida não seria mais a mesma, era você, só podia ser você, eu senti meu coração acelerar e uma onda de emoção percorrer o meu corpo.Seus olhos penetraram a minha alma inevitavelmente, com uma pureza que só pode ser transmitida à quem não se conhece, a quem se tem o desejo de reservar o futuro para desbravar o desconhecido e viver a aventura de descobrir uma vida nova que a muito inexistira para você.

“Oi”, foi assim, um “oi” e uma roda de amigos, por um breve momento tivemos uma ligação só nossa, onde ninguém mais podia entrar, aqueles segundos foram só nossos, momentos de cumplicidade, onde minhas verdades foram expostas para você através das janelas dos olhos, segundos que duraram horas no meu coração, e desabrocharam desejos de eternidade em mim.

“Oi”, não precisaram mais palavras, a entonação, o sorriso, o olhar, foi um conjunto de fascínio que me fazem lembrar de você por onde eu ande, por onde eu olhe, por mais que procure não acho um “oi” igual ao seu, um “oi” que me marcou, o “oi” que eu quero pra mim.

“Oi” e pronto, você foi embora, eu te olhava de costas, caminhando na direção contrária do meu desejo, cada vez mais longe de eu conseguir te segurar, por mais que eu quisesse, naquele momento não podia mais esticar as mãos e te alcançar, eu só admirava, fascinado pelo poder de uma pequena palavra, “oi”.

“Oi”, não passa disso, desde o dia que nos conhecemos não trocamos outras palavras a não ser “oi”, quando cruzamos olhares inevitáveis na rua, “oi”, quando nos encontramos na fila do mercado, “oi”, naquele dia, você do outro lado da rua na porta do bar, um “oi” só com o olhar, um “oi” só com o sorriso.

“Oi”, uma simples palavra que tem o poder de mudar a vida de qualquer pessoa, poder de apresentar sensações novas, jamais vividas, poder de tornar uma pessoa apaixonante. Um dia teremos a coragem de conversar e desvendar todas as outras palavras que ficaram nas entrelinhas dos nossos “ois”.

Com amor
F.

oi

5 Respostas para “Oi

  1. Olá Filipe (veja que não usei o “oi”, propositalmente). Não pedirei desculpas por me intrometer pois, a pouco, descobri que a falta de “pudores” é uma característica fundamental para a criatividade (não a falta total, mas aquela suficiente para se transgredir os nossos próprios limites).

    Pois bem. Primeiramente parabéns pela iniciativa, não sei a quanto tempo tem esse trabalho, mas achei bem legal a relação entre o texto e a “charge” (um misto de poesia e publicidade, se é que me entende). A charge parece dar uma continuidade para além do texto que faz o próprio texto (pelo menos sua essência) permanecer em outra instância. Muito legal mesmo.

    Talvez, pelo meu olhar um pouco distinto, vi no seu texto (principalmente na história ali presente) um “q” de poesia do qual parecia a todo momento querer encontrar uma saída. Cada um tem seu estilo de escrita, sua linguagem própria. E eu via que ali ela não cabia, mesmo estando presente. Não é nenhum desmérito, longe disso. Afinal, “não ser obrigado” é a alma da escrita.

    E sabe o que achei mais divertido? Enquanto lia seu texto, esperava essa poesia que queria sair, mesmo sabendo que ali não havia lugar para ela. Chegou até a me incomodar essa espera, uma espera de ansiedade. Ficava ali esperando, sabendo que ela não encontraria saída. Mas no final, naquela simples palavra que você colocou no seu desenho, estava ela, o resumo de todo o texto, o espírito que ali queria se expressar:

    “Oi
    Uma palavra que pode ser dita
    Só com o olhar”

    Sei lá, as vezes, nossa escrita encontra caminhos que nem nós mesmos podemos controlar. Forte abraço e continue escrevendo.

    Abraços.

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    • Nossa…muito obrigado por compartilhar seu olhar critico sobre meu trabalho…pelo visto acho que consegui passar um pouco do que desejo com esses textos…apesar da beleza do amor, ele so existe na cabeça da personagem principal que escreve as cartas…

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